sexta-feira, 2 de abril de 2010

Viúva de 17 anos é suspeita de ataque a bomba em Moscou, diz polícia


A viúva adolescente de um militante do Norte do Cáucaso é suspeita de ser uma das mulheres que realizaram os atentados a bomba suicidas em duas estações do metrô de Moscou na segunda-feira.

A polícia do sul da Rússia confirmou para a BBC que informou a polícia moscovita da suspeita de que Dzhennet Abdurakhmanova, de 17 anos, poderia estar envolvida.

Segundo um porta-voz, ela era casada com importante líder islâmico do Daguestão, Umalat Magomedov, morto pelas forças de segurança russas no final do ano passado.

O correspondente da BBC em Moscou, Richard Galpin, disse que o porta-voz não quis dar uma declaração definitiva sobre a participação da viúva no atentado, mas uma fotografia publicada no jornal russo Kommersant mostra uma semelhança fisionômica entre a adolescente e uma das militantes mortas no ataque.

O atentado matou 39 pessoas e deixou mais de 70 feridos - a maioria ainda está hospitalizada.

'Viúvas negras'

Acredita-se que Abdurakhmanova teria atacado a estação de Lubyanka, matando 20 pessoas, de acordo com o Kommersant.

O suspeito do segundo atentado ainda não foi identificado.

Segundo a polícia, Abdurakhmanova vivia no distrito de Khasavyurt, na fronteira entre o Daguestão e a Chechênia. Ela teria viajado de ônibus para Moscou, juntamente com outra militante suicida, de uma outra cidade fronteiriça, Kizlyar.

Na quarta-feira, 12 pessoas morreram em dois outros atentados a bomba suicidas em Kizlyar. Nove das vítimas eram policiais.

Em Moscou, a notícia de que os ataques foram realizados por mulheres alimentou a especulação de que se tratava das chamadas "viúvas negras". Estas mulheres eram casadas ou tinham um outro tipo de parentesco com militantes mortos por forças russas em áreas como Daguestão, Inguchétia e Chechênia.

As viúvas negras participaram de vários ataques no Norte do Cáucaso e em Moscou.

Alerta em vídeo

Fontes do Serviço Federal de Segurança da Rússia disseram que Magomedov tinha ligações com Doku Umarov, o líder rebelde checheno que, acredita-se, ordenou os ataques de segunda-feira ao metrô de Moscou.

Em uma mensagem em vídeo colocada em um website dos rebeldes, Umarov advertiu os russos para se prepararem para mais ataques.

Na quinta-feira, o presidente russo Dmitry Medvedev viajou para a capital do Daguestão, Makhachkala, para conversações em caráter de emergência com os líderes das conturbadas repúblicas russas do Norte do Cáucaso.

"Precisamos dar um golpe profundo nos terroristas, para destruir eles e seus esconderijos", afirmou Medvedev, que pediu medidas antiterror "duras, severas e preventivas".

Os ataques desta semana ocorreram quase um ano após Medvedev ter declarado o fim das "operações de contraterrorismo" na Chechênia, após 15 anos de um conflito que deixou mais de 100 mil mortos e a região em ruínas.

Apesar disso, a república russa de maioria islâmica continua sendo palco de episódios de violência. Militantes chechenos aumentaram os ataques nas repúblicas vizinhas da Inguchétia e do Daguestão nos últimos dois anos.

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