sexta-feira, 9 de abril de 2010

Homens recorrem ao médico para melhorar sexo em casa


Engana-se quem pensa que toda mulher quer "apenas" ser bonita, magra e bem-sucedida - elas também querem sexo de boa qualidade. Quem afirma a constatação não é nenhuma integrante do clube da luluzinha, mas eles, seus próprios parceiros, que recorrem ao médico para conseguir dar conta das vontades femininas na cama.
Só para se ter uma ideia, as novas exigências das mulheres são as responsáveis por 30% da procura dos homens por tratamento no Ambulatório de Sexualidade do setor de Urologia do Instituto Central do HC, segundo um levantamento feito pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo), ligado à Secretaria de Estado da Saúde.

Criado há quatro anos para atender, orientar e tratar todos os problemas sexuais masculinos (orgânicos e psicológicos), o ambulatório recebe cerca de 150 pacientes por mês, sendo que desse total 40% são novos. De acordo com Joaquim Claro, coordenador do ambulatório e responsável pelo levantamento, a maioria dos pacientes quer ganhar a confiança de suas mulheres.
- Ao contrário do que se pode pensar, a maioria dos pacientes não quer se tornar um atleta sexual. A intenção é apenas satisfazer a ele e a mulher.
Os casos de impotência (disfunção erétil) são os mais tratados no ambulatório, representando 55% dos atendimentos. Segundo Claro, a doença atinge grande parte dos pacientes acima de 60 anos e, apesar de não ter cura, pode ser tratada. Quando a impotência acomete os jovens, normalmente está relacionada a dificuldades psicológicas ou adaptações pós-cirúrgicas, diz.
Críticas femininas trazem insegurança

O coordenador destaca que, na maioria dos casos, não se trata de falta de autoestima. Diferentemente das mulheres, é raro os homens sofrerem este problema na vida sexual. O problema é quando eles começam a ouvir queixas e reclamações delas.
- Quando isso ocorre, são elas as principais motivadoras da insegurança masculina. Quando o homem não sabe lidar com as críticas sexuais femininas, ele pode entrar num ciclo de autodepreciação difícil de reverter.

A boa novidade é que mesmo inseguro o homem atual prefere pedir ajuda ao mesmo tempo em que consegue expor dúvidas e dificuldades, um passo à frente do famoso estilo machão, que tudo sabe e nada pergunta.
- Antigamente, eles falavam ‘doutor, eu tenho um problema: tô meio fraco’. Hoje, já ouço frases como: ‘olha, não consigo transar direito’ ou ‘não estou tendo prazer no sexo’. Isso é um avanço.

Para o urologista Celso Gromatzky, membro do Departamento de Andrologia da Sociedade Brasileira de Urologia, essa mudança na postura masculina vem ao encontro do perfil dessa "nova mulher".

- À medida que a mulher foi ganhando espaço no mercado de trabalho, em pé de igualdade com o homem, eles passaram a competir na cama também. Com essa mudança, o homem que sempre teve uma natureza mais machista, sem nunca ver um desagrado por parte da mulher, quando vê isso acontecer, procura ajuda no consultório.

Essa abertura feminina pode ainda, segundo o urologista, alertar os homens para possíveis disfunções sexuais que eles nem percebem ter ou que fingiam não ver enquanto a parceira não reclamasse.
- O exemplo mais comum é a ejaculação precoce. O sujeito que nem sabia que tinha, quando se relaciona com uma parceira mais atualizada, toma consciência de um problema. E o mesmo acontece com a disfunção erétil, que pode ser tratada com medicamentos orais, injeção intracavernosa ou cirurgia.

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